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O Estado de S. Paulo, 01 de novembro de 2012 | Edição impressa

Família brasileira fica presa em casa após passagem do Sandy

Tradutora que vive com o marido e os dois filhos em Nova York tem medo de deixar o local e perder seus pertences

NOVA YORK - O Estado de S.Paulo

A família da tradutora brasileira Cristina Treinence se preparou como a maior parte dos moradores de Nova York para o furacão Sandy. Armazenou água, carregou o celular e comprou alimentos não perecíveis. Como quase todas as pessoas com quem o Estado conversou, também imaginou que os ventos e as chuvas passariam sem maiores danos, como a tempestade tropical Irene, no ano passado.

Cristina mora com o marido e os dois filhos pequenos em Staten Island, uma das cinco regiões de Nova York. E era justamente em South Beach, um dos lugares mais atingidos pelo Sandy, que fica a sua casa de dois andares.

Na segunda-feira à tarde, ela ainda falou com o sobrinho, Vagner, por telefone. "Estavam bem, como todos nós", disse ele ao Estado por telefone. No entanto, na terça-feira, as notícias pararam de chegar. Morador de Astoria, um bairro com expressiva população brasileira na região do Queens que não sofreu com o furacão, o sobrinho viu na TV os estragos da tormenta em Staten Island.

Preocupação. À noite, quando ainda estava aberta a Ponte Verrazano, que liga o Brooklyn a Staten Island, Vagner pegou o carro e tentou ver como estava a tia. "Era um cenário de caos, com a Guarda Costeira, corpo de bombeiros e polícia. Vi que a casa deles estava na área alagada. Tentei seguir a pé, mas a dois quarteirões, no escuro, a água já estava na cintura", disse. "Era muito perigoso, especialmente com carros flutuando", disse.

Sem alternativa, pediu ajuda para a polícia e conseguiu se comunicar por rádio com a família. Eles disseram que estavam presos no segundo andar da casa, com o térreo e o primeiro andar completamente alagados.

Por sorte, quando a situação piorou, eles conseguiram levar a comida e a água para o andar de cima. De acordo com Vagner, a família está com medo de sair de casa em razão do risco para as crianças e para não perder seus pertences.

Transporte público. Em Nova York, o maior problema ontem ainda era o transporte público. Partes da cidade permaneciam sem energia elétrica, o que afetava o sistema de transportes. "Demorei três horas para vir trabalhar", disse uma barista de um café na região do Lincoln Center. / G.C.

(Fim da notícia do jornal O Estado de S. Paulo)

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