O tradutor, o malote confidencial e os alfajores

 

Recebi do Uruguai comunicação via e-mail, de que uma firma para a qual faço traduções tinha enviado um envelope confidencial para mim, num malote que teria sido enviado ao escritório deles em São Paulo.

Liguei para o escritório da firma em São Paulo, e ninguém sabia de nada. O envelope confidencial tinha sumido.

Fiquei um pouquinho bravo.

Afinal, era um malote qualificado como “confidencial”.

Após muitas idas e vindas, me comunicaram que o malote confidencial tinha aparecido.

Fui até o escritório da firma. Abri o envelope com um pouquinho de ansiedade.

Que documentos confidenciais seriam esses?

Na realidade, o envelope continha uma caixa de meus alfajores preferidos, elaborados com camadas sucessivas de chocolate e doce de leite, com um banho de chocolate meio amargo. Uma delícia.

Se o envelope tivesse contido ouro, ou dólares, ou euros, talvez não teria dado tanto trabalho para chegar. Em espanhol, a gente diria: “Y bueno, se explica, aunque no se justifica”.

Decidi celebrar o feliz termo do episódio e convidar membros da equipe de tradutores, clientes felizardos que chegaram nesse dia a retirar serviços, e até pessoal da recepção do prédio.

Valeu.

 

Gonzalo G. Acquistapace é tradutor e ghost-writer. E-mail: tradutor24horas@uol.com.br Telefone: (55-11) 3483-2340 Website: www.tradutor24horas.net